sábado, 29 de maio de 2010

#3



tensões de abril de 2007.

~

Quando se corta
Tudo passa,
Apenas a respiração
É ouvida.

O medo,
Logo depois vem o prazer,
Em uma satisfação em
Cada corte na própria
Carne.

Sorrisos em cada gota de
Sangue que suja a
Porcelana branca, imaculada...
Jorrado nas paredes,
Embaça a ferida,
Pintando de vermelho tudo que é
Branco,
Derramando,
Manchando,
Em êxtase.

Depois do corte
Um alívio satisfeito,
Que o corpo sente,
A alma sente

Um sorriso de lado:
- Me deixe limpar essa bagunça...
A faca é limpa e
Reposta na gaveta,
Nada acontece,
Nada aconteceu.

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